A Polícia Civil desarticulou uma associação criminosa envolvida com o tráfico de drogas, torturas e incêndios a ônibus em Betim, na região metropolitana de BH. Ao todo, seis integrantes do grupo, com idades entre 19 e 39 anos, foram presos durante operação policial realizada no dia 6/11. Eles serão indiciados pelos crimes de associação criminosa, tortura, cárcere privado, roubo e corrupção de menores.
De acordo com as investigações, a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil em Betim, a associação investigada estaria organizando “tribunais do crime”, como são conhecidas as ações ilegais de repressão conduzidas por grupos envolvidos com o tráfico de drogas.
Em janeiro de 2020, um homem de 21 anos foi sequestrado e levado para dentro de uma casa no aglomerado Villa Cemig, região do PTB, em Betim. Após ser amarrado pelos pés e pelas mãos, amordaçado e envolto em lençóis, cinco homens e quatro adolescentes, entre eles, uma garota de 17 anos, espancaram a vítima com barras de ferro e pedaços de pau.
“Por meio de videoconferência, a partir de sua cela, um integrante que se encontrava preso comandou toda a ação criminosa. A sessão de tortura durou cerca de três horas”, detalha o delegado Roberto Veran, que conduziu as investigações. Na ocasião, a vítima foi acusada pelo grupo de não pagar drogas que adquiriu com criminosos, dívida que seria punida com a morte.
Terminada a sessão de tortura, os suspeitos receberam a ordem para executarem a vítima, momento em que atearam fogo no quarto onde ela estava. A morte do homem foi impedida pela ação da Polícia Militar, que entrou na casa e o resgatou. Todos os agressores fugiram com a aproximação dos militares.
Incêndios
Em outubro de 2020, dois ônibus de transporte coletivo foram incendiados também na região do PTB. Os incêndios foram ordenados pela associação criminosa como represália a uma ação da Polícia Militar na região. Na ocasião, dois suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas acabaram mortos durante o confronto. “Um dos coletivos, inclusive, foi incendiado em frente à casa onde a vítima da tortura morava”, pontua Veran.
Com informações da PCMG