(Imagem Mateusz Dach/Pexels)

Acredito que cada um tem seu tempo, seu ritmo, brilho e lugar no mundo. Mas, desde cedo aprendemos a desmerecer nossas pequenas conquistas, não valorizando o próprio esforço ou o esforço do outro.

Nos ensinaram que o importante é vencer, vencer, vencer e vencer. Primeiro lugar, medalhas de ouro, status de relacionamento ou de cargo numa empresa. Ganhar prêmios de melhor aluno, funcionário do mês, troféus pra uma estante bem visível na sala de estar. Escolher uma grande carreira, uma profissão que dê status para o mundo a fora ou só pra família mesmo dizer: “tenho orgulho de você.”

Ninguém nos ensinou a cuidar da mente, a fortalecer o espírito, a trabalhar melhor as emoções e nem a valorizar as pequenas vitórias, principalmente, as do dia a dia. E por isso nos tornamos excelentes competidores, mas péssimos perdedores e na vida não ganhamos todas as vezes por mais que a gente queira. As perdas existem e precisamos saber lidar com elas de forma inteligente, madura e saudável.

Aprendemos a competir, mas não a perder. É por isso que estamos vendo um alto índice de suicídios, tentativas suicidas, depressão, rejeição e tantas outras coisas negativas. Crianças não sabendo lidar com o não e se tornando indivíduos abusivos, controladores, manipuladores e interesseiros. Não aceitam perder. Não tem uma outra perspectiva porque foi ensinado que o primeiro lugar é o mais importante e todo o resto é só uma perda de tempo. Ninguém é 100%. Ninguém vence todas as vezes. Não existe perfeição. Existe aperfeiçoamento.

Estou treinando minha mente para ser mais resiliente. Para não viver mais sob a intensa competição e comparação com o outro. Pra não viver mais a constante frustração do desmerecimento.

Esse mesmo desmerecimento que me roubou tantas alegrias. Que tirou o foco dos meus sonhos e objetivos. Que por muitos anos apagou minha identidade, me levando a auto destruição. Me fazendo acreditar que eu era inferior aos outros.

“Fulano está na faculdade e você não.” “Ciclano é mais jovem que você e já está tirando carteira e você não.” “Passei em 5º lugar no CEFET, yes! Ah, mas Fulana passou em 1º lugar na UF(alguma coisa).” “Meu filho começou a andar aos 2 anos…Ih, menina, o meu começou aos 10 meses.” E assim vamos aprendendo a desmerecer as pequenas conquistas, os primeiros passos de alguma coisa e também os sonhos.

Cada pessoa tem seu tempo, seu ritmo e lugar no mundo, mas aquela velha frase: “Chegue sempre em primeiro lugar, seja sempre o melhor ou não será ninguém” tem feito muita gente desistir de si mesmo por simplesmente não chegar onde os outros querem que se chegue.

Não se desgaste! Não desista de você! Treine a sua mente, seu corpo, seu espírito, suas emoções pra ganhar e pra perder também! Cresça, amadureça, apareça e brilhe do seu jeito porque você é uma pessoa única! Não se compare aos demais porque cada um tem seu tempo, suas escolhas e consequências. Aprenda a valorizar suas pequenas vitórias, pois elas são muito importantes. A chuva nada mais é do que pequenas gotas em grande escala, ou seja, é do mínimo que vem o máximo de qualquer coisa, inclusive do sucesso.

“A sabedoria está em aprender a aprender. É impressionante observar ao longo da vida como o máximo de cada um depende de uma imensa série de mínimos.” (Trecho do livro Guerreiros não nascem prontos, José Luiz Tejon).

(Imagem Mateusz Dach/Pexels)

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Paloma Moreira

Oi! Sou a criadora do blog Escrita Subjetiva! Neste blog eu expresso ideias e experiências de vida por meio das palavras. Para ler sobre outros temas basta acessar o link ou continue aqui na Coluna Escrita Subjetiva no Agenda Betim.

Boa leitura!

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