(Imagem Porapak Apichodilok/Pexels)

É aquela velha desculpa para não fazer o que se deve fazer ou para justificar o que não foi feito. Estamos tão acostumados a culpar os outros por tudo que por diversas vezes esquecemos de avaliar de quem de fato é a culpa ou a maior parte dela.

Os outros são sempre os culpados, os inimigos, os corruptos, os imundos, os indignos, os errados, enquanto nós somos aquela porção hipócrita da sociedade e de nós mesmos. Sim, hipócritas! Colocamos os pecados, os erros dos outros sob a luz do holofote para esconder os nossos. Estamos sempre dispostos a nos colocar acima de tudo e de todos como se nós fossemos isentos de alguma mazela.

Nós gostamos de fazer parecer que não temos pecados, dores, sofrimentos, máscaras (que a gente insiste em usar) como se fossemos mesmo superiores uns aos outros. O que claramente não somos.

Esses dias fui fazer uma atividade da faculdade e estava pedindo um mapeamento de quem eu sou hoje e quem eu quero ser amanhã. Pedia para que eu fizesse uma lista de tudo sobre mim, qualidades, defeitos, erros, acertos, as coisas boas e as ruins, enfim… Era para dimensionar TUDO que sou, que faço e que tenho hoje e dimensionar tudo que eu quero ser, fazer e ter no futuro (amanhã).

Eu fiquei chocada ao descobri que o meu maior e pior inimigo sou eu mesma.

Que a pessoa responsável pelo meu sucesso ou fracasso sou eu. Que quem tem boa parte da culpa das coisas erradas sou eu. Que quem tem que escolher entre o certo e o errado para a minha vida sou eu e mais ninguém. Eu posso me aconselhar com pessoas mais experientes, mais sábias do que eu em diversos assuntos, posso analisar estatísticas, dados e fatos, posso orar e buscar uma direção de Deus, mas quem vai decidir no final das contas (e tem liberdade para isso) sobre a minha vida sou eu. Nossa, que coisa mais óbvia! Sim, é óbvia! Mas a gente ignora. Pelo menos eu ignorei e por muito tempo. Descobri que o pior que eu estava vendo no outro e que tanto julgava nada mais era do que um reflexo de mim mesma.

Sim! A gente projeta nos outros sucessos, fracassos, carências, expectativas, defeitos, pecados, orgulho, e outras coisas que muita das vezes está em nós, mas não queremos admitir.

Quem quer admitir que não passa de um sepulcro caiado? Por fora lindo, perfeito e por dentro apodrecido. Quem quer se expor? Nessa hora o medo e a vergonha falam mais alto, né? O medo de ser julgado como a gente julgou, humilhado como a gente humilhou, de ser ridicularizado como a gente fez com os outros. A vergonha de estar exposto pra todo mundo ver quem de fato nós somos e ver nossas feridas, nossas mentiras, nossa hipocrisia, nossas dores, nossas falhas e principalmente nossa humanidade (o pior dela).

Ninguém é perfeito por mais que queira ou tente ser. Somos humanos, somos falhos, mas também somos seres capazes de mudar, de nos transformar na nossa melhor versão. Não se iluda porque a mudança de verdade não acontece da noite para o dia e costuma doer.

As feridas para serem curadas precisam de tratamento e ainda que o procedimento seja doloroso o resultado é a cura. As mudanças tem que acontecer de dentro pra fora e elas mexem com toda a estrutura do nosso ser. E costuma doer porque somos confrontados na intimidade do nosso coração, da nossa alma. Mas nós podemos nos concentrar na dor do processo ou no resultado.

O livre arbítrio é pra isso mesmo para escolher entre viver e morrer, amar ou ser indiferente, ferir ou curar, reconhecer a fraqueza e mudar ou permanecer na soberba, ser liberto ou continuar preso, ser amável ou ser amargo, ser a sua pior ou melhor versão só depende de você mesmo.

Nós podemos mudar! Nós podemos ser melhores e fazer o melhor. Viver um dia de cada vez e nos empenhar para promover o nosso próprio sucesso e o sucesso do outro. Não somos maiores, nem menores, apenas diferentes uns dos outros e nossas diferenças nos tornam únicos.

Para sermos a nossa melhor versão é preciso se perdoar e perdoar o outro, amar a si mesmo para enfim amar o outro, reconhecer as próprias fragilidades, as áreas vulneráveis e se permitir ser fortalecido com a ajuda de outras pessoas (mas é das pessoas certas, viu?).

Não basta querer ser o melhor, é preciso ter atitudes que te impulsionam, que te levem a ser uma pessoa melhor. Quando nós nos despimos do “velho eu” e nos dispomos a fazer um “detox” na alma e na vida (em todos os aspectos) é nesse ponto que a transformação acontece. Então, a mudança para uma vida melhor deixa de ser apenas um sonho para se tornar realidade.

Tudo é uma questão de escolha. Você já sabe o que escolheu no passado e não vive mais lá, então, o que vai escolher daqui pra frente?


Paloma Moreira

Oi! Sou a criadora do blog Escrita Subjetiva! Neste blog eu expresso ideias e experiências de vida por meio das palavras. Para ler sobre outros temas basta acessar o link ou continue aqui na Coluna Escrita Subjetiva no Agenda Betim.

Boa leitura!

*Conteúdo de responsabilidade do autor.

 

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