A Polícia Civil concluiu, na última segunda-feira (13), o inquérito policial que investigou o crime de maus-tratos cometido contra 73 cães em um abrigo, resultando na morte de 69 desses animais.
Na época, a proprietária do abrigo procurou a polícia alegando que eles haviam sido vítimas de envenenamento. No entanto, durante as investigações, a Polícia Civil concluiu que a mulher, juntamente com o marido, foram os responsáveis pelos maus-tratos desses animais.
O Chefe do 2º Departamento de Polícia, Delegado-Geral Rodrigo Bustamante, ressalta que os suspeitos “Após terem provocado a morte de alguns cães por realizarem um transporte de forma inadequada, envenenaram o restante dos animais que ainda tinham chances de sobreviver, com o intuito de ocultar a causa da morte dos primeiros cães dentro do caminhão e preservarem sua imagem frente ao trabalho que vinham desenvolvendo no lar temporário”.
O casal foi indiciado pelos crimes de maus-tratos aos animais e fraude processual, por tentar dissimular a real causa da morte dos cães e por desviar o foco da investigação policial.
Entenda o caso
Em março, ao realizar uma mudança de endereço, a proprietária de um abrigo de Ribeirão das Neves, transportou 73 cães em um caminhão baú, sem ventilação.
Ao chegar no novo endereço, localizado em Contagem, 20 animais não resistiram. Então, a suspeita tentou molhar os animais sobreviventes na tentativa de reanimá-los, mas os cães continuavam morrendo.
De acordo com a Polícia Civil, ela afirmou aos familiares que os animais teriam sido vítimas de envenenamento e, por esse motivo, aplicou um pó de coloração escura na boca dos cachorros sobreviventes. A suspeita alega que tratava-se de carvão ativado, produto utilizado em casos de intoxicação.
No entanto, laudos da perícia técnica da PCMG apontam a ausência de carvão ativado no estômago dos cães e a presença da substância carbamato aldicarb, conhecida como chumbinho.