Teste coronavírus
(Imagem Pedro Gontijo/Imprensa MG)

A partir de junho, pesquisadores da UFMG em parceria com a Prefeitura de Betim, trabalharão em uma pesquisa cientifica inédita, com o objetivo de identificar como está a circulação do coronavírus no município.

Ao longo da pesquisa, serão testadas cerca de 5.400 pessoas, com a aplicação de dois tipos teste para verificar a soropositividade dos participantes: o teste rápido e a PCR. O teste rápido identifica se a pessoa já foi contaminada pelo coronavírus em algum momento. Já a PCR determina se a pessoa está com o vírus no momento do exame, manifestando ou não sintomas da doença.

Os resultados darão subsídio para o planejamento de ações de combate ao coronavírus e para a organização da rede SUS Betim para atendimento à população.

Além de estimar cientificamente o número pessoas contagiadas e a variedade do vírus em circulação no território, a pesquisa vai permitir identificar a taxa de subnotificação na população. O trabalho vai permitir ainda definir a proporção de assintomáticos, os sintomas mais prevalentes e estimar as taxas de detecção e letalidade da doença.

Relevância

De acordo como secretário adjunto de Gestão da Saúde, Augusto Viana, a pesquisa “Soroprevalência para SARS-CoV2 em residentes de Betim, MG, 2020”, faz parte do Plano de Enfrentamento Municipal da Covid-19, doença provocada pelo coronavírus. “O estudo científico que estamos realizando é de relevância internacional. Ele vai verificar a circulação do vírus na cidade, incluindo os casos assintomáticos, de acordo com a faixa etária e o território. O estudo já está acontecendo e o trabalho de campo começa no início de junho”, afirmou.

A pesquisa segue o protocolo da Organização Municipal de Saúde e está sendo desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa da Escola de Saúde Pública de Betim, ligada à Secretaria Municipal de Saúde, com a atuação de servidores municipais da Secretaria Municipal de Saúde e Superintendência de Tecnologia da Informação. A coordenação é da doutora Ana Valesca Fernandes, enfermeira da rede SUS Betim , e dos professores Renan Pedra e Renato Santana, do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

De acordo com a Dra. Ana Valesca, a pesquisa dará uma mostra significativa de como está a circulação do vírus na cidade. “Para que essa mostra coletada seja um retrato fiel da população da cidade, o bioestatístico da prefeitura calculou quantos moradores precisavam ter o exame coletado e qual o percentual de homens, mulheres e faixas etárias que precisam participar da pesquisa. Essas pessoas serão escolhidas aleatoriamente via sistema computadorizado, de acordo com esse perfil traçado”, explicou.

Para a realização da pesquisa, o setor de geoprocessamento da Superintendência de Tecnologia da Informação dividiu o território do município em 36 áreas, com base nos setores censitários do IBGE e a densidade demográfica. Foi definida estatisticamente, com base na população do município, uma amostragem de 1.080 moradores, divididos por sexo e faixa etária, para cada uma das etapas do trabalho.  

(Imagem CDC/Pexels)

Campo
A fase de campo será iniciada em junho e será realizada inicialmente em 3 etapas, podendo chegar a cinco. Em cada etapa, 1.080 residências sorteadas aleatoriamente serão visitadas pelas as equipes da Secretaria de Saúde, formadas por um enfermeiro, um agente comunitário de saúde (ACS) e um motorista. Em cada domicílio, a pessoa convidada a participar da pesquisa deverá responder ao questionário e fazer os dois testes.

Os participantes terão acesso aos dois resultados. O do teste rápido será dado ainda durante a visita e o da PCR estará disponível virtualmente, podendo ser consultado por meio de uma chave de acesso que será disponibilizada para casa participante. Aqueles que apresentarem sintomas e tiverem resultado positivo serão orientados e encaminhados para atendimento na rede SUS.

Todas as medidas de proteção e desinfecção serão tomadas para proteger os profissionais e moradores visitados. “É importante ressaltar que as equipes que realizarão o trabalho de campo estarão uniformizadas e identificadas. E em todos os documentos, autorizações e formulários da pesquisa constarão o telefone para que os participantes possam confirmar a idoneidade da pesquisa,” afirmou Augusto Viana.

 

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